2009-03-04

HOLOCAUSTO CIGANO



HOLOCAUSTO CIGANO

Na Segunda Grande Guerra Mundial, a perseguição e o extermínio dos ciganos, o holocausto nazista, cerca de 600.000 ciganos foram mortos em campos de concentração principalmente em Auschitz e Birkenau, além disso, avia 165 campos de trabalhos forçados.
Hitler e sua inspiração em Richard Wagner, compositor ultranacionalista, artista e político influente que pregava o anti-semitismo que unia a vida e a arte para a construção de um ideal de Estado Novo. Modelando-se na antiguidade, interligando arte, política e saúde. Hitler começa sua propaganda nazista, com uma espécie de maquiagem mental para o povo alemão, “arte é a saúde do espelho racial” esse era o slogan, devemos pensar no nazismo também como forma sociológica.

Judeus-------------------------------------6.000.000
Ciganos--------------------------------------600.000
Deficientes-----------------------------------200.000
Homossexuais-------------------------------100.000
Socialistas-------------------------------------50.000
Testemunhas de Jeová----------------------50.000

Total de 7.000.000 pessoas eliminadas[1] acredita-se que outros 5.000.000 de vítimas foram eliminados por discordarem da política nazista. 12.000.000 milhões de indivíduos que perderam suas vidas por pertencerem a uma etnia, religião, facção política ou não serem fisicamente e mentalmente perfeitos[2].
Hitler declara:
“A guerra deverá ser de extermínio. Matem sem compaixão ou misericórdia todos os homens, mulheres e crianças de descendência ou de língua polonesa”[3]

“ O anti-semitismo era professado por todos os grupos e associações que pregavam o nacionalismo militante, a expansão imperial, o racismo, o anti-socialismo e a defesa de um governo forte e autoritário”[4]

Havia um campo de ciganos conhecido pelo nome de Bikernau, ali esteve grande quantidade de ciganos, todos foram exterminados em câmaras de gás, em uma única noite, cantavam e dançavam segundo a sua tradição para disfarçar a agonia final, para poder principalmente tentar distrair as crianças.
Para disfarçar a Cruz Vermelha, e convence-la de que tudo estava bem, ou seja, de que tudo ocorria perfeitamente os nazistas fizeram um cenário de ficção, os alemães diziam a comissão que os ciganos se encontravam presos por serem boêmios e vagabundos, não podendo assim transitar junto ao povo alemão, este campo dos ciganos ficava próximo ao crematório, causando forte odor e cinzas que cobriam todo o lugar, os nazistas colocavam cobertores, para disfarçar e não permitir ser visto o crematório, o que não adiantava[5]. Esse sem dúvida foi o maior golpe contra o ego da humanidade civilizada até hoje visto. Primo Levi menciona:
“ Nunca antes tantas vidas foram extintas num tempo tão curto, e com uma combinação tão lúcida de engenhosidade, tecnológica, fanatismo e crueldade”.

Os cabelos de ciganos, judeus eram raspados para confecção de meias e cordas para navios[6], suas famílias separadas, filhos longe das mães, marcados como animais em cativeiro, na campanha nazista Judeus e Ciganos contaminado toda a Europa, isto fora divulgado pela imprensa de Hitler em 1933. Em 17 de Outubro de 1939 Heydrich, sob o comando de Hitler proíbe os ciganos de abandonarem seus acampamentos, fora logo após feito um recenseamento e conduzidos a campos de concentração. Dachau foi um dos primeiros campos a recebê-los, sofreram duras medidas disciplinares eram elementos que para os nazistas não poderiam fazer parte da sociedade, um slogan de 1941 diz:

“ Depois dos Judeus, os Ciganos”

“(...) Nos campos de Dachau e Buchenwald, ciganas tomavam água salgada. O objetivo era avaliar quanto tempo conseguiam viver sob semelhante dieta. A esterilização foi largamente praticada, tanto em homens como em mulheres. Os detentos também foram objeto de estudos ditos antropológicos(...)”[7]

A Gestapo recebe ordem meramente restrita informando serem os ciganos duplamente perigosos, prejudicando a causa nazista,
Em 1941, vemos uma deportação em massa de ciganos para Lodz, em Outubro de 1941, mais de cinco mil ciganos entre eles 2.600 crianças, frio, falta de higiene, sem ajudas médicas com tifo, onde são eliminados inúmeros adultos e crianças, os sobreviventes deportados para Chelmo e queimados nas fornalhas ou câmaras de gás.
Experimentos químicos, mortes coletivas e individuais, crianças ciganas e judias em um único grupo com gritos, separados de seus familiares eram crianças da Boêmia, dos Carpatos, do nordeste da França, da Polônia, da Rutênia, estavam a pele e osso com feridas infecciosas, bebiam água de cobertores lavados ainda úmidos, cobertores de pessoas que já haviam falecido de doenças sérias, isso causava estomatites cancerosas e putrefação da carne á boca, poderiam ser observadas em Auschwitz, os ciganos matriculados, num total de 20.933 mil e mais 360 crianças nascidas no campo de concentração no começo de agosto de 1944, quatro mil ciganos foram mortos nestes momentos, pessoas ajoelhadas imploravam pela vida sem resultado, os prisioneiros andavam sob seus dejetos até aos calcanhares, talvez estes dados sejam inferiores às cifras reais[8].

“ As roupas eram marcadas por triângulos de diferentes cores, com a finalidade de identificar a procedência dos prisioneiros: O Triângulo rosa dos homossexuais; a dos prisioneiros políticos eram vermelhos; o dos assassinos verde; a dos ciganos e marginais preto; padres e testemunhas de Jeová era roxo; os judeus usavam estrelas de Davi “[9]

Houve ciganos que traíram seu povo, é o caso do cigano de nome Flossenbürg:

“ O Kapo de nome Karl, era um sádico doentio Usava triângulo vermelho no uniforme, indicando que era prisioneiro político, mas, na verdade era um assassino. Ás vezes, durante a formação, esse detestável Kapo ordenava que abríssemos a boca e cuspia dentro. E quem fizesse expressão de nojo era assassinado na hora. Karl tinha um ajudante, um cigano alemão que não era melhor que seu chefe. Diziam até que era um condenado à morte por assassinato, mas escapara de ser executado. (...) Cada grupo de trabalho era comandado por um Kapo, um dia, pedi permissão ao guarda do meu grupo para ir urinar adiante nos escombros. Em um grupo estava próximo um Kapo que era cigano de Flossenbürg, o ajudante de Kapo Karl”.

Até em 1944, quinhentos e cinqüenta mil pessoas haviam sido mortas em Auschwitz, em meados daquele ano chegaria a aumentar trezentos mil.
No campo de Birkenau, as câmaras de gás queimavam messes a fio, mesmo estando no frio ou calor á fábrica da morte não cessava, começaram a criar covas para a cremação, pois os fornos não mais davam conta da mortandade.
Neste complexo a oeste de Birkenau cerca de cem judeus e quatro a cinco alemães faziam funcionar os fornos crematórios, nas câmaras de gás usavam o Ziklon B, efetivo apenas a uma temperatura de 27° graus centígrados, está era a triste tarefa dos prisioneiros, que eram obrigados a ajudar na monstruosa tarefa, sendo chamados de sonoderkommando (aqueles que recolhiam os corpos das câmaras de gás para queimá-los).
Neste campo os prisioneiros viviam nas piores condições como observamos no testemunho do cigano Franz Rosenbach (prisioneiro cigano de Auscwitz):
“_As condições eram terríveis, havia doentes nos barracões e ficava todo mundo junto. As crianças gritavam: Mãe tenho fome, quero comer e beber. Mas não podiam beber água por causa do tifo.”

Vinte e um mil dos Vinte e três mil ciganos mandados para Auscwitz foram mortos, Franz Rosenbach completa:

“_ Cada coisa... o que faziam conosco nos deixava
perplexos. Éramos espancados, chutados, humilhados sem saber o porque! “Não tínhamos idéia, só porque éramos diferentes...”

Os Nazistas passavam á propaganda dos ciganos serem anti-sociais, desprezando assim seu modo de viver e ser. Na noite de 2 de Agosto de 1944, acontece a mais apavorante noite de Auscwitz “o massacre cigano”. Repletos de gritos, choros, sons apavorantes, muita fumaça dos crematórios, choravam, pois sabiam para onde estavam indo, assim relata o ouvinte Wladyslan Szmyt (prisioneiro em Auscwitz).

“_ No campo dos ciganos, estes se defendiam até o fim mordiam, arranhavam os alemães, se defendiam como podiam, as crianças eram jogadas em caminhão, se pulassem seus membros eram quebrados braços e pernas para não mais saírem dos caminhões.”

Em outono de 1944 quase todos os ciganos haviam sido exterminados de Auscwitz.
Havia as pesquisas do Dr. Josef Menguele, nascido na Bavária, atuou como autor teatral na adolescência, com lucros do qual doou a orfanatos, seu pai era engenheiro industrial, Menguele desde novo mostrava aos amigos não querer apenas o sucesso, mas se destacar dos demais, da multidão. Em sua formação era fascinado pela genética de anormalidades dominantes. Em 1937 se filia ao partido nazista, e logo depois a S.S, recebe nesta mesma época um segundo doutorado por seu trabalho. Em junho de 1940 é recrutado para o exército e as Waffen-SS.
Ao chegar a Birkenau, no dia 30 de Maio de 1943, Mengele era o médico chefe do campo das famílias ciganas. Se sobressai de outros médicos por sua ambição, crueldade, empolgação e carisma. Criava assim circo humano particular, para experiências.
Mengele selecionava gêmeos, corcundas, hermafroditas, anões, obesos em potencial, mulheres corpulentas (grandes), gigantes, cabeças de alfinete, qualquer anomalia de crescimento era quesito para a seleção de Mengele. Sua enfermeira particular Sara Nomberg Przytyk em Birkenau dizia: “ Aqueles que não foram criados a imagem de Deus”.
O Dr. Jan Cespiva (Ex-prisioneiro Auschwitz) diz:

“_ Pude ver com meus próprios olhos como ele Menguele infectava gêmeos com tifo na enfermaria do campo dos ciganos, para saber se os gêmeos reagiriam do mesmo modo ou diferentemente, pouco tempo depois eram enviadas as câmaras de gás.”

O Dr. Jan Cespiva testemunhou contra Mengele em 1963.
Com isso o polonês Wilhem Brose (prisioneiro Judeo) fotografou ciganos com faces gangrenosas.

O cigano Karl Stojka um cigano na época com 14 anos, chegara a Buchenwald, em meio a centenas de ciganos classificados por não serem aptos a trabalhar. Enviados em seguida para Auscwitz, o irmão e tio de Karl, falaram falsamente que ele era um adulto anão e não uma criança, por isso Karl Stojka sobreviveu e tornou-se excelente e famoso pintor.
O principal ponto em que toco nestes detalhes do holocausto, é que nunca devemos deixar de lembrar, não podemos esquecer estes fatos que marcaram a vida de milhões de pessoas que sobrevivem até hoje de gerações dos que se sacrificaram para terem o direito de sobreviver e os que não conseguiram merecem de nós o não esquecimento, para que seus sacrifícios não sejam em vão.
Por isso discordo quando muitos receiam em falar do holocausto cigano na Alemanha Nazista, na segunda grande guerra, mostrar sim ao mundo, que apesar de tudo, estão hoje os ciganos de pé, erguidos, vivendo sua cultura e tradição, preservando seu povo e mantendo suas tradições.
Em 1945, termina a carnificina evitável da Segunda Guerra Mundial
Os ciganos lamentam, por não participarem do processo de Julgamento de Nuremberg, não houve testemunhas ciganas, nenhum fora convidado para depor, dar seu testemunho[10].
A pioneira nos estudos relacionados ao holocausto Cigano, foi Myriam Novitch, historiadora do Instituto Yad Vasem, no Brasil eu Rodrigo Gevegir elaboro esta linha de pesquisa como pioneiro.
O primeiro congresso cigano, fora realizado na Iuguslávia, em 1971, onde fora criada a bandeira cigana. O segundo congresso fora em Genebra afirmando a origem indiana para os ciganos.

2 comentários:

Deletado disse...

Esta semana o Blog Expresso do Fluxo, recebeu dois prêmios e a oportunidade de premiar outros. Como acompanho seu blog há algum tempo, tenho a satisfação de dizer que através de seu esforço, criatividade e dedicação... Você também esta recebendo esse incentivo a continuar escrevendo. Visite o blog: www.expressodofluxo.blogspot.com e pegue seu premio. Parabéns

Alexandra Blogger.com disse...

Sou estudante da Biblá a das testemunhas de Jeová e sei que há ciganos da tribo Rom que estudam a Biblái com as testemunhas de Jeová. O preceito naõ é apenas por serem ciganos, mas a hostilidade quantoa religi~]ao é grande, como já lhe disse não sou cigana, amzs tenho respeito e sei como é ridícula a falação por estudarmos a palavra de Deus.